domingo, 13 de agosto de 2017

Uma boa série


Hoje eu vim recomendar uma série que eu gosto muito que é The Walking Dead

The Walking Dead é uma série de televisão dramática e pós-apocalíptica norte-americana, desenvolvida por Frank Darabont e baseada na série em quadrinhos de mesmo nome, de Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard. A série é centrada em Rick Grimes, um oficial de polícia de uma cidade no estado da Geórgia, Estados Unidos. Também acompanha a trajetória de sua família e uma série de outros sobreviventes que se uniram para manterem-se vivos depois que o mundo foi infestado por zumbis.
A série é recomendada para maiores de 16 anos. E um dos seus pontos fortes é que ela não foca apenas nos zumbis, mas também no psicológico e conflitos das pessoas. 

A série atualmente possui 7 temporadas, e estou entusiasmado para a 8ª.




Para quem quiser começar a assistir aqui está o link para o trailer em inglês da 1ª temporada:

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A chegada ao anexo secreto


Primeiro dia no Anexo Secreto

A convocação de Margot para os campos de trabalho na Alemanha acelera os planos de se esconderem na empresa de Otto Frank. Seus funcionários se encarregam do bem-estar da família e de seus amigos, no Anexo Secreto. Os avanços dos aliados trazem esperança de libertação aos escondidos.







                                  Convocação de Margot









                                         

Em 8 de julho de 1942, quarta-feira, Anne escreve em seu diário que estava preocupada com a ideia de ir para um esconderijo, então juntou as coisas mais malucas (lembranças), em uma pasta da escola, pois para ela, as lembranças eram mais importantes que os vestidos.

Sobre sua chegada ao Anexo Secreto, escreve: "O Sr. e a Sra. Van Daan chegaram meia hora mais tarde. Para nossa diversão, a senhora Van Daan vinha carregando uma caixa de chapéu com um grande penico dentro. "Pois é, não me sinto em casa sem o meu urinol exclamou ela, e aquele foi o primeiro item a encontrar um lugar permanente sob o divã.” E comenta em Kitty (seu diário), que haviam concordado que iriam para o esconderijo, no dia: 16 de julho. Porém devido a convocação de Margot, tiveram que antecipar em 10 dias sua ida, sendo assim, teriam que adaptar-se em aposentos menos organizados. O esconderijo ficava no prédio do escritório de Otto.

Em 11 de julho de 1942, Anne escreve "para" Kitty: "sem dúvida você quer saber o que acho de estar escondida. Bom, só posso dizer que ainda não sei direito. Acho que nunca me sentirei à vontade nesta casa, mas isso não significa que a odeie. É como estar de férias em alguma pensão estranha. É um modo meio diferente de encarar a vida num esconderijo, mas é assim que as coisas são. O Anexo é um lugar ideal para se esconder. Pode ser úmido e torto, mas provavelmente não há esconderijo mais confortável em Amsterdã. Nem em toda a Holanda.".
E neste mesmo dia fala que: "não importa o que façamos, temos muito medo de que os vizinhos possam nos ver ou ouvir. Desde o primeiro dia, começamos imediatamente a costurar cortinas. Na verdade, mal dá para chamá-las de cortinas, já que não passam de retalhos de pano - que papai e eu costuramos de qualquer jeito, com dedos desacostumados. Aquelas obras de arte foram colocadas nas janelas, onde vão ficar até que possamos sair do esconderijo.".

Diz que é claro que não podem olhar pela janela, nem sair, e devem ficar quietos para as pessoas de baixo, não os-ouvirem, além de mencionar: "Estou ansiosa pela chegada dos van Daan, marcada para a terça-feira. Vai ser muito mais divertido, e também o lugar não vai ficar tão silencioso. Você sabe, é o silêncio que me deixa tão nervosa nos fins de tarde e à noite, e eu daria tudo para uma das pessoas que nos ajudam dormir aqui."

Em 12 de julho de 1942, domingo, Anne diz que possui muitos sonhos, mas a realidade é que deveria permanecer no Anexo Secreto, até o fim da guerra.

As únicas visitas que Anne Frank e quem estava no esconderijo poderiam receber eram: Miep, seu marido Jan, Bep Voskuijl, o Sr. Voskuijl, o Sr. Kugler, o Sr. Kleiman e a Sra. Kleiman, apesar de que Anne comenta que ela não "comparece", porque acha muito perigoso.

Em 28 de setembro de 1942, Anne Frank diz:
“Não poder sair me deixa mais chateada do que posso dizer, e me sinto aterrorizada com a possibilidade de nosso esconderijo ser descoberto e sermos mortos a tiros. Esta, claro, é uma perspectiva muito desalentadora.”.



Fontes: http://www.annefrank.org/pt/Anne-Frank/ e o livro: "O diário de Anne Frank".

Como era a alimentação




Os membros do anexo passaram por várias dificuldades e hoje apresento um trecho do diário em que Anne conta um pouco sobre a alimentação no esconderijo.

"Segunda-feira, 3 de abril de 1944


Minha querida Kitty,

Ao contrário do que costumo fazer
vou dar uma descrição detalhada da situação alimentar, já que está se tornando uma situação difícil e importante, não somente aqui no Anexo, mas em toda a Holanda, em toda a Europa e mesmo no resto do mundo.
Nos 21 meses em que vivemos aqui, passamos por muitos ciclos alimentares logo você entenderá o que isso significa. Um ciclo alimentar é um período em que só temos um prato específico ou um tipo de verdura para comer. Durante longo tempo, só tivemos endívias. Endívia assim, endívia assado, endívia com puré de batatas, caçarola de endívia com purê de batatas. Depois é espinafre, seguido por couve, salsão, pepinos, tomates, chucrute, e por aí vai.
Não é muito divertido quando, por exemplo, você tem de comer chucrute todos os dias no almoço e no jantar, mas, com fome, você acaba aceitando um bocado de coisas. Agora, porém, estamos passando pelo período mais delicioso de todos, porque não temos nenhuma verdura.
Nosso almoço durante a semana consiste em feijão, sopa de ervilha, batata com bolinhos, guisado de batata, e, pela graça de Deus, cenouras podres ou nabos, e em seguida voltamos ao feijão. Por causa da escassez de pão, comemos batatas em todas as refeições, a começar pelo café da manhã, mas, aí, nós as fritamos um pouco. Para fazer sopa, usamos feijão, batatas, pacotes de sopa de legumes, pacotes de sopa de galinha e pacotes de sopa de feijão. O feijão entra em tudo, até no pão. No jantar, comemos sempre batata com imitação de molho de carne e - graças a Deus ainda temos - salada de beterraba. Preciso falar dos bolinhos. Nós os fazemos com farinha do governo, água e fermento. Eles ficam tão grudentos e duros que a gente parece ter pedras no estômago, mas tudo bem!
O ponto alto nossa semana é uma fatia de salsicha de de fígado e a geleia no pão sem manteiga. Mas ainda estamos vivos, e na maior parte do tempo isso também tem um gosto bom!

Sua Anne"




Essa publicação foi retirada do blog da minha amiga Anna, link do post dela:


https://101historiasaj.blogspot.com.br/2017/07/a-alimentacao-no-anexo.html

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Um assalto na fábrica



No dia 25/03/1943, Anne relata um assalto que ocorreu na fábrica de Otto, só não assaltaram o anexo, pois não sabiam que tinha algo atrás da prateleira. Confira o relato de Anne:


"Querida Kitty,

Ontem, mamãe, papai, Margot e eu estávamos sentados tranqüilamente, quando Peter entrou e cochichou qualquer coisa no ouvido de papai. Ouvi alguma coisa a respeito de "um barril derrubado no depósito" e "gente mexendo na porta". Margot ouviu também, mas assim que papai e Peter saíram ela procurou me acalmar, pois eu estava branca como cera e nervosíssima. Ficamos à espera, assustadas. Daí a um ou dois minutos a sra. Van Daan veio para cima. Disse-nos que estava ouvindo rádio no escritório particular e que Pim lhe pedira que desligasse o aparelho e subisse sem fazer o menor ruído. Mas você sabe como são as coisas quando a gente não quer fazer barulho: cada degrau parecia ranger o dobro do comum. Não se haviam passado cinco minutos quando Peter e Pim retornaram, lívidos até a raiz dos cabelos, contando-nos suas experiências. Haviam-se escondido debaixo da escada, a princípio sem resultado. De repente — sim, preciso contar isto a você —, eles ouviram dois baques fortes, como se duas portas tivessem batido aqui, dentro de casa. Pim subiu a escada de um pulo. Peter avisou Dussel em primeiro lugar, que subiu depois de muito barulho e confusão. Depois, fomos todos, só de meias, para os aposentos dos Van Daan, lá em cima. O sr. Van Daan estava deitado, resfriadíssimo.Tivemos que nos aproximar de sua cama para sussurrar-lhe nossas suspeitas. Cada vez que o sr. Van Daan tossia, a sra. Van Daan e eu ficávamos tão assustadas que pensávamos que íamos ter um ataque de nervos. Isso até que uma de nós teve a brilhante idéia de lhe dar algumas gotas de codeína, que acalmou a tosse imediatamente. Esperamos e tornamos a esperar, mas como não ouvimos mais nada chegamos à conclusão de que os ladrões haviam fugido ao ouvir passos na casa normalmente silenciosa. O pior era que o rádio, lá embaixo, havia ficado ligado, sintonizado na Inglaterra, com as cadeiras arrumadinhas à sua volta. Se a porta tivesse sido forçada e os vigias antiaéreos tivessem observado qualquer anormalidade e avisado a polícia, as conseqüências poderiam ter sido bem desagradáveis. Por isso o sr. Van Daan levantou-se, enfiou a capa, pôs o chapéu e acompanhou papai até lá embaixo, com todo o cuidado. Peter seguiu na retaguarda, empunhando um enorme martelo, para caso de emergência. As senhoras, em cima (incluindo Margot e eu), esperaram ansiosas até a volta dos homens, cinco minutos mais tarde. Disseram que tudo estava quieto e em ordem na casa. Resolvemos não abrir torneiras nem dar descarga na privada, mas como a emoção havia afetado a maioria das barrigas, você bem pode imaginar como ficou a atmosfera depois de cada um ter feito a sua visita ao banheiro. Quando acontece uma coisa assim, parece que vem uma porção de cambulhada, como agora. Número um: o relógio de Westertoren, que eu sempre achei reconfortante, não bateu as horas. Número dois: como o sr. Vossen saiu mais cedo na noite passada, não tínhamos certeza se Elli conseguira apanhar a chave. Talvez tivesse se esquecido de fechar a porta. Era noite e ainda estávamos num estado de incerteza, embora mais tranqüilizados pelo fato de não termos escutado mais ruído algum desde as oito horas (quando o ladrão nos alarmara) até as dez e meia. Pensando melhor, achamos que era bastante improvável que um ladrão forçasse a porta assim tão cedo, quando ainda havia muita gente na rua. Um de nós lembrou também que o vigia do prédio vizinho talvez ainda estivesse trabalhando, e que a tensão e as paredes finas podiam nos pregar peças. O mais certo é que a imaginação é capaz de assumir papel importante em determinados momentos críticos. Desse modo fomos todos para a cama, mas nenhum de nós conseguiu dormir. Papai, assim como mamãe e o sr. Dussel, ficaram acordados, e, sem um pingo de exagero, posso garantir que não preguei o olho. Hoje pela manhã os homens desceram para ver se a porta de fora estava fechada. Tudo parecia mais seguro. Descrevemos aos outros, com detalhes, o episódio assustador. Todos riram e fizeram gracejos a respeito. É muito fácil achar graça dessas coisas, depois que elas passam. Elli foi a única que nos levou a sério.
                                                                                                                               Sua Anne."

Albert Dussel: o oitavo membro




Dussel (30 de abril de 1889 – 20 de dezembro de 1944) foi um dentista alemão, um dos oito judeus refugiados no Anexo Secreto, dividindo um quarto pequeno com Anne Frank. Na verdade, seu verdadeiro nome é Fritz Pfeffer, mas por certos motivos (que explicarei daqui a pouco) ele é chamado pelo seu pseudônimo Albert Dussel por Anne. No Diário de Anne Frank (1947), ele e o grupo de pessoas foram traídos misteriosamente e capturados pela Schutzstaffel, morrendo no campo de concentração de Neuengamme vítima de enterocolite, em 1944.


Chegada ao anexo

Dussel chegou ao anexo no dia 16 de novembro de 1942(mas foi comentado no diário no dia seguinte), de acordo o diário Dussel ficou sem reações ao perceber como o anexo era feito e ao perceber o quanto os Franks tinham sido espertos ao espalhar o boato de que eles tinham fugido com um militar para Bélgica. Logo após isso ele vai explorar o anexo, arrumar seus poucos pertences e vai dormir enquanto todos almoçavam.

Dussel ficou no quarto junto com Anne, pois os Franks não queriam que Dussel ficasse com Margot no mesmo quarto, pois ele poderia “despertar seus instintos carnais” por ela.

A princípio todos o acham gentil e que é uma boa pessoa, assim como esse trecho demonstra:
“Como havíamos pensado o Sr. Dussel é um homem muito gentil. Claro que ele não se incomodou em dividir o quarto comigo; para ser honesta, não estou exatamente maravilhada por um estranho usar minhas coisas, mas precisamos fazer sacrifícios por uma boa causa, e estou feliz por poder fazer este pequeno.”’

Mas ao longo do tempo Anne vai se estressando com ele, como esse trecho comenta:

“Como se já não ouvisse bastante ‘psius’ durante o dia, porque estou fazendo barulho demais, meu caro companheiro de quarto teve a idéia de ficar fazendo ‘psius’ também à noite. De acordo com ele, eu não deveria nem me mexer. Eu me recuso a dar trela, e da próxima vez em que ele pedir silêncio vou devolver-lhe o ‘psiu’.”

Impressionantemente no total foram necessários apenas três dias para ela formar essa opinião. E uma coisa interessante sobre a irritação de Anne sobre ele é que nós o conhecemos por Dussel, pois era assim que ela o chamava, para se entender melhor vamos ver primeiro o que significa Dussel em alemão. Dussel significa “idiota” ou “tonto”, com isso fica mais fácil de perceber o quanto Anne não o suportava.


Fonte: http://www.annefrankguide.net/pt-BR/bronnenbank.asp?aid=117994

Miep Gies, uma grande ajuda


Hermine Santruschitz-Gies, mais conhecida como Miep Gies, foi uma secretária e contadora austríaca. Ganhou atenção mundial por ter ajudado a família de Anne Frank e outras sete pessoas a se esconderem dos nazistas no Anexo Secreto, durante a Segunda Guerra Mundial. Quando foram capturados pela Schutzstaffel, ela tentou, sem sucesso, subornar o sargento Karl Silberbauer para os libertarem. Ela também guardou o diário de Anne Frank até o fim da guerra e entregou a Otto Frank para sua publicação, que ocorreu em 1947.

Indo à fundo, Hermine (Miep) Gies-Santrouschitz nasceu em Viena, em 15 de fevereiro de 1909. Os seus pais enviaram-na para a Holanda após a Primeira Guerra Mundial para que, sob melhores condições, pudesse recuperar-se da tuberculose e subnutrição. Ela gostou tanto da Holanda que os seus pais lhe deram permissão para ficar por lá com a sua família adotiva.




Em 1933, começou a trabalhar como secretária na Opekta, a empresa de Otto Frank. Logo depois, Miep conheceu Edith, a mulher de Otto, e as suas filhas Margot e Anne. Miep e o seu namorado Jan Gies visitavam a família Frank frequentemente e tornaram-se amigos.

Na primavera de 1942, Otto pediu a ajuda de Miep durante o tempo em que ele e sua família ficariam escondidos. Ela não hesitou um só momento. Durante a preparação para ida ao anexo, Miep e Sr. van Daan, auxiliaram com vestimentas para as sete pessoas que estavam à caminho do anexo secreto. O dia seguinte não estava tão quente quanto o anterior, portanto, toda a família se vestiu com camadas de roupas, na intenção de levar mais roupas para o anexo. Miep foi guiando o caminho até o grande esconderijo. O esconderijo ficava no prédio do escritório de Otto Frank.

Ao longo do tempo no qual ficaram escondidos, Miep fazia a provisão diária de alimentos para os mesmos. Às vezes, durante a semana, Miep Gies ia mais de uma vez visitar os escondidos. Além de tudo, Miep era a comunicação da família, ela encaminhava informações de dentro para fora e de fora para dentro do anexo. Enquanto isso, ela continuou a trabalhar para Opekta e, desta forma, ajudou a manter empresa funcionando.

Após a prisão dos que estavam no esconderijo, Kleiman e Kugler, Bep e Miep ficaram para trás. Elas pegaram o diário de Anne do chão e o esconderam na gaveta da escrivaninha de Miep. Pouco depois, os alemães esvaziaram o esconderijo completamente. Quando Otto Frank no verão de 1945 ouviu que Margot e Anne tinham morrido no campo de concentração de Bergen-Belsen, Miep entrega-lhe os papéis do diário de Anne.

Até o final de sua vida Miep Gies esteve envolvida com as atividades da Casa Anne Frank. Miep disse em 2007: "Eu acho fantástico que a Casa Anne Frank já existe há 50 anos. Espero que a entidade possa continuar fazendo seu trabalho por muitos anos. Como prova de que Anne Frank existiu e eu a conheci".



A Miep também aparece no filme "Escritores da Liberdade", um filme de drama de 2007, dirigido e roteirizado por Richard LaGravenese.
Se passa em Los Angeles, quando uma dedicada professora de uma escola dividida por raças ensina uma turma de alunos adolescentes que apresenta problemas de aprendizagem, ela tenta inspirá-los a acreditarem em si mesmos e a atingirem o sucesso, pois estão prestes a serem reprovados.


Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Miep_Gies e o livro "O Diário de Anne Frank"

Algumas teorias que rondam a internet



Muitos se perguntam: será que Otto modificou o diário?
Quando regressou de Auschwitz, Otto Frank soube que era o único sobrevivente da família e amigos, com quem viveu no Anexo Secreto. Segundo suas próprias palavras, havia encontrado o diário da filha (na antiga casa) e decidiu publicá-lo pelo seu valor de documento histórico. Porém, há pessoas que defendem que o tão importante diário, pode não ter sido escrito pela mão de Anne Frank.

Em 1947, surgiu nas livrarias a primeira edição, e foi necessário pouquíssimo tempo para que se tornasse um sucesso de vendas.
Os questionamentos e dúvidas começaram nos anos 50, até colocaram em causa que fosse realmente Anne Frank, a autora do diário. Seria possível nunca ninguém a ter visto escrever? Segundo Otto, ninguém tinha conhecimento disso. E como, com apenas 13 anos, fechada e com acesso limitado à informação, era capaz de tantas reflexões filosóficas e descrições sobre a guerra? Esse foi o início de muitas contradições sobre o tão famoso diário.

As suspeitas começaram nos anos 50, mas o caso acabou mesmo no tribunal. Meyer Levin criou um processo contra Otto Frank, reclamando dos direitos de autor do diário e a falta de pagamento pelo trabalho. O escritor judeu ganhou o caso, tendo o pai de Anne sido condenado a pagar 50.000 dólares.
Na mesma época, especialistas do American Council Letter, do próprio tribunal e grafologistas, analisaram os textos e afirmaram que estes não tinham sido obra da adolescente. Alegavam letra diferente, além de várias passagens estarem escritas com um tipo de caneta esferográfica inventada anos depois. Confrontado com os fatos, Otto declarou que não revelou os originais, porque Anne tecia duras criticas à mãe, e revelava momentos "íntimos" na sua relação com Peter.

Outras vozes contestam estas provas, e alegam que as investigações provaram a autenticidade do livro. Otto deixou indicações de que "os cortes" só poderiam ser revelados após a sua morte. Quando isso aconteceu, em 1980, o Instituto Holandês de Documentação para a Guerra iniciou um processo para provar que Faurisson estava enganado. E conseguiu. Pouco depois, foi



publicado o diário na íntegra, juntamente com os estudos realizados. Miep Gies negou durante toda a vida que o livro fosse uma fraude. Durante esses dois anos escondidos, argumentou-se, os estudos que fez e a situação por que passava levaram Anne a refletir mais seriamente sobre tudo, o que justificaria o alcance dos seus textos.
Mas independentemente dessas teorias serem verdadeiras ou falsas, Anne, juntamente com todos os outros judeus, passou por momentos terríveis e de muita tensão; coisas que jamais devem acontecer novamente. Seu diário será sempre um forte ícone da literatura, pois contém fortes depoimentos (independente de quem tenha escrito).



Fonte: http://obviousmag.org/archives/2011/08/diario_de_anne_frank_as_polemicas_em_torno_de_um_classico.html